GELATINA BALISTICA

 

Gelatina balística

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Fragmentação terminal de um um projétil de calibre .243 em gelatina balística sintética.

Gelatina balística é tipo de solução gelatinosa que tem por objetivo simular a densidade e a viscosidade do tecido muscular humano para analisar o impacto do projétil sobre ele. Muito usado para perícias, a fim de recriar as cenas de crimes, analisar os danos causados por projéteis ou até mesmo golpes sobre o corpo. Ela foi desenvolvida e melhorada por Martin Fackler e outros da área da balística de ferimentos.[1][2][3]

É importante o estudo prático do processo de criação da gelatina para que o aluno de investigação criminal ou forense possa acostumar-se com a técnica, vale lembrar que as instruções dadas aqui são para o processo de criação de uma gelatina balistica caseira de baixo custo e que não se pode comparar a qualidade dessa gelatina com a profissional utilizada pelos investigadores. Vale lembrar também que a gelatina imita a consistência de órgãos e carne de animais, faltando então a pele que tem uma maior resistência e pode variar a ação de stopping power do Projétil.

Modo de preparo para uma gelatina balistica caseira

  1. Esquente 250mL de água até começar a ferver;
  2. Desligue o fogo e coloque na água quente:
  3. Misture até virar uma mistura homogênea;
  4. Após este processo, coloque a gelatina em alguma fôrma untada com algum tipo de óleo lubrificante ou silicone, e leve para gelar em geladeira, na faixa de umas 7h30min dependendo da potência da geladeira. A gelatina irá ganhar a consistência desejada.
  • Glicerina pode ser comprada em fármacias e mercados.
  • Gelatina Sem-Sabor pode ser encontrada em mercados.
  • Você pode também incluir corante caso queira que a gelatina tenha alguma cor em especial.

Referências

  1.  Fackler, Martin L Effects of small arms on the human body Arquivado em 2012-02-18 no Wayback Machine.. Letterman Army Institute of Research, California.
  2.  Massad Ayoob (May/June, 2005) Backwoods Home Magazine. Wound Ballistics, Ballistic Injury, Stopping Power, Gunshot Wounds. Firearmstactical.com. Retrieved on 2012-08-14.
  3.  Choose your ammo... police style: "Isso resultou no Workshop de Balística de Feridas do FBI de 1988 em Quantico, Virgínia. Entre os presentes estava o Dr. Martin Fackler, chefe de pesquisa de balística de ferimentos do centro de treinamento médico do Exército dos EUA, Letterman Institute. Fackler desenvolveu um modelo aprimorado de gelatina balística que correlacionou cientificamente ao tecido muscular suíno, que por sua vez é comparável ao tecido muscular humano. Ele formulou a hipótese de que a profundidade do ferimento era muito mais importante do que se pensava anteriormente e recomendou munição que poderia enviar uma bala de pelo menos trinta centímetros em sua gelatina balística.
O QUE ACONTECE QUANDO O PROJÉTIL ATINGE O ALVO

Depois de algum tempo sem escrever, resolvi abordar este tema para atender à algumas solicitações e após ler alguns textos e comentários sobre 'tiros em barras de sabão'.
Obviamente as barras de sabão não apresentam densidade e viscosidade padronizadas, portanto, observar a perfuração causada nelas pelos projéteis das armas de pressão pode satisfazer curiosidades e ser divertido, mas não serve como base para avaliação técnica.
A avaliação técnica da penetração do projétil (chumbinho, no nosso caso) no alvo demanda conhecimentos de balística e pode ser prevista também por fórmulas matemáticas, conhecidas pelos estudiosos da ciência balística, mas desconhecidas da maioria.
Dentre muitas fórmulas usadas para diversos cálculos e análises de balística, abordarei apenas duas neste texto:
1. Diâmetro da cavidade (D) em metro:
D = d + 2 x T x V
Onde:
d (diâmetro do projétil em metro)
T (tempo de relaxamento em segundos)
V (velocidade do projétil em m/s)
2. Tempo de relaxamento (T) em segundos:
T = Viscosidade / módulo de cisalhamento
Sendo:
Viscosidade em Pascal x segundos;
Módulo de cisalhamento em Pascal
Portanto, para conduzir uma análise técnica é preciso conhecer a viscosidade e o módulo de cisalhamento do material.
No caso da gelatina balística padrão, em valores aproximados, o módulo de cisalhamento dinâmico é 65 kPa, a densidade é 600 kg/m3 e a viscosidade é 460 mPa x segundo.
Mas, a fórmula número 1 já deixa claro que o diâmetro da cavidade varia de acordo com o diâmetro e a velocidade do projétil (chumbinho).
DEFORMAÇÃO DO CHUMBINHO
Quando o chumbinho atinge o alvo, ele sofre certa deformação, que depende da sua forma e dureza e das propriedades mecânicas do objeto atingido.
No caso de tecido biológico, o efeito de deformação é inicialmente hidrodinâmico e depende das propriedades viscoelásticas do material.
Uma simples demonstração pode ser feita ao empurrar a mão para dentro de um balde d'água ou bater com a mão espalmada na superfície da água. Neste último caso, a mão sente a resistência da água e quanto maior a velocidade da mão ao se chocar com a água, maior é o deslocamento de água para os lados.
(Este exemplo demonstra também, de certa forma, a maior capacidade de penetração das flechas em relação aos projéteis de armas de fogo e de pressão, mas este é um outro caso)
No caso dos chumbinhos, os primeiros 5 ou 10 mm de penetração causam maior deformação, a partir deste ponto a penetração é viscoplástica e segue o padrão de cone.
Mas, é interessante notar a influência da velocidade de impacto, principalmente quanto a efetividade de calibres diferentes.
CAVIDADE E PENETRAÇÃO
Na gelatina balística o tempo de relaxamento é de 7 milissegundos e nesse caso, um chumbinho calibre 4,5 mm produzindo velocidade de 71 m/s mais alta do que um chumbinho calibre 5,5 mm, no momento do impacto, produzirá uma cavidade de diâmetro igual.
Sendo isso real para a gelatina balística, também é válido para tecido biológico, mas não serve para materiais de tempos de relaxamento diferentes.
Por exemplo, em materiais muito macios, com tempos de relaxamento mais longos, em torno de 50 milissegundos, o calibre 4,5 mm causará uma cavidade maior do que o calibre 5,5 mm dada a sua velocidade mais alta. No entanto, em materiais duros com tempo de relaxamento praticamente inexistente, o diâmetro do furo de entrada será simplesmente equivalente aos diâmetros dos chumbinhos.
E como sabemos, com a mesma energia, forma e dureza, o chumbinho calibre 4,5 mm penetra mais do que o calibre 5,5 mm.
Sem abordar outros parâmetros já descritos em textos anteriores, estes experimentos corroboram com a afirmação de que para energias até 23 J o calibre 4,5 tem ligeira vantagem sobre o calibre 5,5 mm e para energias acima de 23 J, a vantagem, embora pequena, fica com o calibre 5,5 mm, em ambos os casos comparando energias iguais na saída do cano.
CURIOSIDADE
Embora utilizada para testar a balística terminal de projéteis de arma de fogo com energias de centenas de Joules, a calibragem da gelatina balística é feita disparando uma esfera calibre 4,5 mm a 183 m/s (600 fps) a 3 m de distância e que deve penetrar de 8,3 cm a 9,5 cm.
Atire para acertar


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